quinta-feira, 18 de julho de 2013

Físico português "rescreve" Teoria da Relatividade de Einstein

E se Einstein se enganou na teoria da relatividade? Aparentemente não, mas ao contestar um dos princípios da teoria da relatividade de Einstein, que partia do princípio da velocidade constante de luz, o físico português, João Maguejo, atraíu as atenções da comunidade cientifica.
Dois anos depois da publicação do primeiro artigo, numa revista de referência, João Maguejo, que trabalha em Londres como investigador no Imperial College, está hoje em Lisboa para dar aquela que será a primeira conferência em Portugal. Teria Einstein razão sobre a constância da velocidade da luz no vácuo?, é a pergunta central desta conferência. João Maguejo responde negativamente a esta questão.
É um bocado exagerado dizer que Einstein estava enganado. O que acontece é que existem problemas dentro da cronologia moderna que se poderiam resolver muito facilmente provando que a velocidade da luz fosse muito maior no princípio do universo. E esse postulado está em contradição directa com um dos postulados da Teoria da Relatividade, que é o postulado da constância da velocidade da luz, explica João Maguejo, sublinhando que não estou a dizer que a Teoria da Relatividade estava errada, simplesmente estou a dizer que existe uma teoria muito mais geral.
Quando confrontado com o facto da sua teoria ir contra um dos dogmas da física moderna, João Maguejo defende que a Teoria da Relatividade também deitava por terra a teoria de Newton e no entanto, cada vez que se põe um satélite no espaço utiliza-se a teoria de Newton, porque continua a ser uma óptima aproximação e é nesse sentido que eu continuo a achar que a Teoria da Relatividade continuará sempre a ser uma boa aproximação, mesmo que exista uma teoria que entre em confrontação directa com ela. Nós sabemos que a partir de certo ponto é necessário que a Teoria da Relatividade esteja generalizada, em situações que nós sabemos que não pode ser aplicada.
No caso da teoria de João Maguejo ser aceite, a maioria dos livros de ciência vão ter de ser rescritos e a Teoria da Relatividade vai ter de ser modificada, ao que o físico português responde «isso é verdade e a maior parte do trabalho que nós temos tido é tentar descobrir que implicações é que o postulado da variação da velocidade da luz vai ter no resto da física. A linguagem da física assume de certa forma a constância da velocidade da luz, a importância da relatividade é tão grande que a linguagem da física é completamente, dentro de si própria, a constância da velocidade da luz. Todo o projecto da velocidade da luz variável passa por rescrever a linguagem da luz. É um problema matemático interessante.
No caso específico da investigação de João Maguejo, o físico português explica que «o que nós calculámos foi o número mínimo de zeros que é preciso pôr à frente da velocidade da luz para resolver o problema que a teoria do Big Bang tem. A velocidade da luz tem de ser muito mais elevada, sendo no mínimo, no principio do universo, pondo 64 zeros à frente do valor que tem actualmente». É o mesmo que dizer que a luz moveu-se mais rapidamente quando se deu o Big Bang.
Daqui se pode traduzir que no início, todo o universo esteve em contacto simultaneamente. João Maguejo explica que «o que acontece é que o universo encontra-se fragmentado em três regiões que não sabem umas das outras, a que nós chamamos de horizontes. A nossa ideia é resolver este problema e estabelecer um contacto entre todas estas zonas que normalmente estão completamente dissociadas.
João Maguejo vai dar a sua primeira conferência em Lisboa,  Pólo Tecnológico de Lisboa junto ao Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial. A entrada é livre, numa iniciativa do Clube Lumiar da Associação de Investigadores do Pólo Tecnológico de Lisboa.

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