sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

notícias que marcaram a ciência em 2013

Voyager 1 deixa o Sistema Solar Após meses de especulações, a Nasa confirmou em setembro que a sonda Voyager 1 deixou o sistema solar e entrou no espaço interestelar após 36 anos de viagem. A sonda se encontra a 19 bilhões de quilômetros do Sol, local mais distante da Terra que um objeto feito pelo homem conseguiu alcançar. Agora, começa a exploração da nossa galáxia além da influência solar. Dados da sonda indicavam que o equipamento viajava há um ano em uma área de gás ionizado, uma zona de transição fora da heliosfera, onde alguns efeitos do Sol ainda são captados. "Acreditamos que esse é um salto histórico da humanidade no espaço interestelar", afirma Ed Stone, cientista do projeto Voyager. Reversão da Síndrome de Down Cientistas americanos anunciaram em setembro a descoberta de uma forma de reverter a síndrome de Down em ratos de laboratório recém-nascidos, injetando um composto experimental que faz com que o cérebro cresça normalmente. A Síndrome de Down – até agora sem cura – é provocada pela presença de um cromossomo excedente. Ele produz cópias extras de mais de 300 genes o que causa problemas intelectuais, traços faciais característicos e, às vezes, outros problemas de saúde. O composto feito por uma equipe da Universidade Johns Hopkins foi concebido para estimular o crescimento normal do cérebro e do corpo através do gene denominado SHH. O gene dá instruções para produzir uma proteína denominada Sonic Hedgehog, que é essencial para o desenvolvimento. O estudo publicado na Science Translational Medicine não oferece vínculo direto a um tratamento em humanos. Mas os cientistas têm esperança de que ele possa oferecer um caminho para futuras descobertas. A passagem do cometa Ison Entusiastas e astrônomos passaram 2013 de olho no Ison, apelidado de "cometa do século". Descoberto em setembro de 2012 por dois astrônomos russos, o cometa ganhou o apelido após algumas previsões indicarem que ele poderia aparecer tão grande e brilhante ao lado do Sol como a Lua Cheia quando visto da Terra. Antes de se aproximar do Sol, Ison passou muito perto da Terra. Em 28 de novembro, atingiu o periélio, o ponto de sua trajetória mais próximo do Sol. A distância foi de apenas 1,2 milhão de quilômetros e o cometa passou por uma temperatura de quase 3 mil graus centígrados. Cometas são corpos rochosos de pó e gelo. Alguns deles, como Ison, surgem do exterior do Sistema Solar, a partir de uma zona chamada de Nuvem de Oort. Ison tinha um diâmetro de cinco quilômetros, sendo composto principalmente de gelo, gases congelados e poeira. Segundo cientistas da Nasa, o cometa de 4,5 bilhões de anos não sobreviveu à passagem pelo Sol. O que restou do “cometa do século” foi apenas uma nuvem de detritos, mas sem núcleo. Os Beagles do Instituto Royal O Brasil iniciou uma ampla discussão sobre o uso de animais testes em outubro, quando ativistas invadiram o Instituto Royal, em São Roque (interior de São Paulo), e resgataram cerca de 170 cães da raça Beagle. Os manifestantes acusavam o instituto de maltratar os animais durante os experimentos. Menos de um mês após a invasão, o Instituto anunciou o fim de suas atividades no laboratório de São Roque. Mas, em nota oficial, afirmou que a invasão foi resultado das "inverdades disseminadas de forma irresponsável - e por vezes oportunista - associadas à falta de informação pré-existente". Apesar de parar de funcionar, a discussão não terminou. Os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovaram neste mês um projeto de lei que proíbe a utilização de animais em testes para a indústria cosmética. O projeto segue agora para sanção do governador Geraldo Alckmin. Brasil no Cern Após um longo processo de três anos, o Conselho Executivo do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), aprovou o tratado de adesão do Brasil ao maior laboratório de física do mundo. A iniciativa custará cerca de 10 milhões de dólares por ano ao país, mas permitirá que o Brasil faça licitações milionárias e formação de centenas de cientistas. Com o acordo, empresas nacionais poderão participar de processos de licitação de peças e serviços que prometem movimentar milhões de dólares. O Brasil demorou muito para entregar a documentação exigida pelo Cern, o que envolvia um inventário da ciência no país e toda a capacidade de pesquisa existente. Agora, o Conselho do Cern considerou que a documentação “atende aos critérios” para a adesão como membro associado. A adesão foi aprovada como parte de um projeto de expansão do Cern para abrir suas portas aos países emergentes. Resta, agora, a finalização e assinatura do acordo, que deve acontecer em 2014. Nobel de Física para Peter Higgs O britânico Peter Higgs e o belga François Englert ganharam em outubro o prêmio Nobel de física de 2013 por preverem a existência do bóson de Higgs, a partícula-chave que explica por que a matéria elementar tem massa. Os dois cientistas eram favoritos para dividir o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (1,3 milhão de dólares) desde que o trabalho teórico deles foi finalmente confirmado. Experimentos realizados no acelerador de partículas LHC, o Grande Colisor de Hádrons do Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares) provaram a existência da partícula. A Real Academia de Ciências explicou que em 1964 uma equipe de físicos postulou teoricamente a existência do bóson de Higgs. A instituição argumentou que ambos merecem o prêmio pelo "descobrimento teórico de um mecanismo que contribui para nosso entendimento da origem das partículas subatômica com massa". O fracasso do satélite brasileiro Três anos após a data prevista inicialmente pelo Inpe para colocar o satélite brasileiro CBERS-3 para funcionar, o Ministério da Ciência e Tecnologia confirmou que o lançamento fracassou. Segundo o Inpe, o posicionamento errado do veículo o lançou numa órbita não prevista. Feito em parceria entre Brasil e China, o satélite deveria melhorar a observação do desmatamento na Amazônia. Por meio do CBERS, um projeto de cooperação especial com duas décadas de história, Brasil e China desenvolveram e já lançaram três satélites (CBERS-1, CBERS-2 e CBERS-2B). O objetivo do satélite que deveria entrar em órbita era substituir o CBERS-2, que parou de funcionar. Membros de uma milicia local, na província chinesa de Jiangxi, acharam os destroços do que se acredita ser o foguete. Os pedaços da fuselagem do Longa Marcha 4B foram achados próximos à vila de Sanxi. Cura funcional de bebê com HIV Médicos americanos anunciaram em março o primeiro caso de cura funcional de uma criança de dois anos contaminada com o vírus HIV. A mãe soropositiva transmitiu a doença para a criança. De acordo com os especialistas, trata-se de eliminação viral. A criança ficou em tratamento por um ano e meio. Foi medicada com antirretrovirais e não apresenta mais sinais do vírus no organismo. Para os pesquisadores, o tratamento precoce explica a cura funcional, bloqueando a formação de “estoques virais escondidos”. O caso foi apresentado durante a 20ª Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (Croi), em Atlanta, na Geórgia.

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